segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ao meu tio Jose Green



Hoje estou triste...



Quando era pequena fui à casa de um tio, não me lembro quantos anos eu tinha... Talvez três anos. O meu tio era irmão de meu pai, tio José Green.


Era em Dourados-MS e lá fazia um frio que congelava a água no pote. Meu pai tinha um fusca que também estava coberto de uma película de gelo. Eu nunca esqueci...


Era pequena, mas trago na lembrança o meu tio Zé e minha tia Iracema...


Meu tio era muito brincalhão e chamava-me de cara pelada, pimenta e outros apelidos pelo qual ficava brava.


O tempo passou vim vê-lo em janeiro/2003, fiquei muito feliz. Tiramos fotos juntos. E foi na casa de outro irmão de meu pai, o tio Antônio pelo qual também amo muito.


Foi um dia gostoso que passamos juntos depois de muitos anos. E mal eu sabia que aquele janeiro/2003 seria o ultimo que iria ver meu tio José Green.


Eu penso que o destino não separa as pessoas e sim a situação financeira.


À distância e a situação financeira muitas vezes impede da gente dizer um te amo. Não importa se não fui criada junto com eles, se não tínhamos contatos constante eu sei que os amos e amo meus parentes e amigos.


Penso: Que democracia é esta? Qual a nossa liberdade? O direito de ir e vir? Não temos... Por que nosso direito acaba quando deparamos com essa desigualdade social, onde o salário que ganhamos muitas vezes é pouco para podermos dar um "oi" pelo telefone... Falar um te amo que muitas vezes será o último. Pois, a conta vem carregada de um imposto que nesse país corrupto não sei se é bem aplicado.


Brasil segue tantos modelos de paises desenvolvidos, mas a parte boa como à telecomunicação, moradia, transporte, educação e saúde o Brasil não segue. E nos sabemos o motivo, pois nossas autoridades preocupam com o bem estar deles e não da população.


Podem estar perguntando o que isso tem a ver com o falecimento do meu tio. Tem e muito. Por motivo de não ter tido condições financeiras de ir vê-lo em vida e nem ter condições de ir dar um adeus.


Não gosto de generalizar, pois preciso acreditar que existem os bons... Mas enfatizarei os maus... Esses “malditos” políticos têm condições de ir e vir quando querem, pois tem passagens aéreas, combustível, carros com chofer e muito mais, tudo do bolso do contribuinte... O povo brasileiro sofre! Eu sofro e você muitas vezes não percebe, mas também sofre.


Quero dar meu adeus a você meu tio José Green... Que Deus receba tua alma... Pois Deus sabe o quanto o senhor trabalhou.


Um dia certamente iremos nos reencontrar, pois tenho certeza que no mundo espiritual terei esse direito de ir e vir com o consentimento de DEUS pai e não de homens que fazem umas leis de "estrumes" que só beneficiam eles mesmo, vagabundos e sugadores do povo brasileiro.




KHASSANDRA GREEN
Publicado no Recanto das Letras em 22/02/2010
Código do texto: T2101522

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