“Só quem perdeu um grande amor sabe o tamanho e a intensidade da dor...”
Minha vida sem minha vida
Como posso dizer que tenho vida?
Não... Não posso... Pois minha vida era você...
Depois que você se foi minha vida esta se arrastando no lamaçal do umbral...
Engraçado essa afirmativa, pois quem morreu foste tu... Mas é assim que minha alma ainda em vida se sente... Acorrentada e se arrastando no lamaçal do umbral...
Pecadora? Não... Arrasto de saudades... Da falta que tu me fazes...
Grito em desespero por ter de volta instantes de o teu protetor olhar...
Quero-o te volta e não tenho poder algum.
É assim minha vida sem minha vida... Pois minha vida era você!
Um coração triste... Uma alma inquieta!
Um olhar que busca nas sombras do desespero e da angustia o teu olhar...
Mãos sangrando de tanto esforçar em sair das lamas encravadas de espinhos... Mãos que te acarinhava, te mimava e caminhava forte ao teu lado...
Meus lábios estão ressecados, minha garganta ferida e seca de tanto chamá-lo...
Minha sem você... É o mesmo de estar morta! Pois não existe vida sem você!
Não... Não... Não preciso desencarnar para estar no umbral... Já o sinto aqui na terra cada segundo longe de ti... As chagas estão a descarnar, chagas de dor profunda que dilacera minha alma...
Quanto mais passa o tempo... Mas adentro desse suplicio entro... Mas me afogo e me debato nesse umbral!
Nada é bonito mais... Nada me traz alegria... Tudo se transformou em sombras...
Lembra como éramos felizes... Tudo era alegria! Uma flor, um inseto, um cantar de pássaro... Todos os dias eram felizes!
E tudo foi enterrado junto a ti... Hoje não consigo nem sorrir.
As flores murcharam todas e os pássaros já não cantam mais para mim... Pois perdi o encanto da vida... Porque minha vida era você!
Carrego nas costas um peso insuportável a dor da tua ausência... A saudade... Antes eu era forte vencia as batalhas corriqueiras do dia a dia... Hoje sou frágil desisto de ver o sol nascer... Desisto de vê-lo se por!
As estrelas e a lua para mim não tem mais valor!
Religião? Eu não sigo mais... Trago na boca o gosto amargo da lama do umbral no lugar dos beijos de puro amor que trocávamos.
Antes fazíamos planos e sonhávamos... Hoje meus sonhos e perspectivas foram destruídos pelo ácido da revolta.
Tudo porque te amei... Eu te amo muito ainda... Eras a vida que dava vida ao meu coração...
Nunca se esqueça a minha vida era você... Hoje me vejo assim minha vida sem minha vida...
KHASSANDRA GREEN
Publicado no Recanto das Letras em 18/10/2010
Código do Texto: T2563868
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